*José Paulo Graciotti
Seja lá qual foi o motivo que o fez mudar e se atualmente você se intitula como consultor em alguma matéria, vão aqui alguns pensamentos que já passaram por minha cabeça (e alguns continuam sempre ativos).
Escolher a hora certa.
Muitos profissionais acham na carreira de consultoria uma forma de fugir da vida corporativa, com estruturas rígidas, chefes, job descriptions e outras chatices que compõem a vida de um profissional nessa estrutura. Concordo plenamente, mas o importante é avaliar a hora correta de ter a coragem de tomar essa decisão. Deve-se fazer um balanço frio e racional de todos os prós e contras em cada uma das situações, pois sempre existe os dois lados da moeda: de um lado a liberdade de ser seu próprio patrão e terá a certeza absoluta que méritos e deméritos só serão imputados a você, mas de outro aprender a conviver com a interminável incerteza do dia de amanhã e que novamente só depende de você. A decisão de se tornar um consultor deve ser uma evolução na sua carreira!
Sair da zona de conforto.
Os piores inimigos da evolução profissional são: os hábitos e a acomodação! É preciso ter a coragem e a vontade para romper essas duas forças que nos prendem à rotina.
Vivência acumulada.
Para que você possa ser efetivamente um consultor, na minha opinião, a experiência acumulada deve ser seu principal item de bagagem. É com ela que você se diferenciará dos outros profissionais que ainda não experimentaram algumas situações e a sua orientação nesses casos tem um enorme valor.
Inquietação.
Um consultor, além da experiência, deve ser um inquieto por natureza, ter uma curiosidade infantil e sempre estar ávido a aprender em todas as áreas possíveis. O resultado dessa inquietação e do acúmulo de conhecimento mais veloz do que a maioria dos profissionais (que estão em corporações e que têm rotinas muito estressantes e exigentes) acaba por alimentar a bagagem citada anteriormente, ou seja a experiência.
Saber seu real valor.
A psique humana é um “bicho” muito complexo e que confunde nossos pensamentos. Existem aqueles com egos muito exacerbados e que se supervalorizam, bem como aqueles com autocrítica demasiadamente alta se tornando inseguros. A real noção de suas qualidades e defeitos (obviamente) o tornarão um profissional mais seguro. Venda apenas aquilo que você conhece e tem experiência. Além de transmitir segurança aos clientes ou consumidores, as pessoas percebem rapidamente quando você vende algo que não domina.
O que esperar de um consultor.
Os profissionais ou empresas vão até um consultor quando têm a consciência que não conseguem resolver sozinhos uma determinada situação ou até têm a certeza que poderiam resolvê-la, mas às custas de muito esforço, muitos erros e principalmente muito tempo e dinheiro. Nestas situações, a expectativa do contratante é que a experiência anterior em casos semelhantes, o conhecimento do novo e sua capacidade de inovar justifique o investimento em seus serviços. Passado (experiência) e futuro (inovação) devem representar cada um deles 50% de sua bagagem !
Esteja preparado.
Nem todos os seus conselhos ou experiências anteriores são universais. Sempre irá existir uma situação nova à qual sua bagagem não será suficiente para aconselhar corretamente ou resolver um determinado problema. Seja humilde o suficiente para admitir que apesar de todas qualidades anteriores (que você as tem) você não sabe tudo e não vivenciou tudo, então use essas situações (que com certeza ocorrerão) e enriqueça suas experiência, ou seja, faça do limão uma limonada!
Reinvente-se!
*José Paulo Graciotti é consultor, autor do livro “Governança Estratégica para escritórios de Advocacia”, sócio da GRACIOTTI Assessoria Empresarial e há mais de 30 anos implanta e gerencia escritórios de advocacia – www.graciotti.com.br
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